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Mostrando postagens de 2019

Governança de resultados e carreira

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Achei interessante assistir a um trecho da CPI das Universidades no vídeo disponibilizado pela ALESP: https://www.youtube.com/watch?v=4gchcp1-zFc&fbclid=IwAR3oSFLB9k3BXkT1yNjAv0X0icc3BoATk5k7apfGtF51XwbMQNRYNLrKI4k). Num determinado momento, um dos deputados sonda se a Universidade estaria interessada em fazer uma espécie de pacto, na qual resolveríamos alguns de nossos problemas crônicos, com a ajuda do estado, desde que nos comprometêssemos com certas diretrizes de desempenho. Importante dizer que sempre há caminho para uma afinação mais sintonizada entre as metas indutivas do estado e a Universidade, mas acho que este é um excelente “gancho” para mostrar como a Unicamp já possui (mesmo sujeita a críticas e melhorias), um sistema de governança orientada a resultados. Ou seja, tanto docentes quanto as unidades de ensino e pesquisa são cobrados de resultados de uma maneira indutiva: há progressão na carreira e mais recursos para as unidades, quanto mais produtivas elas s

Parte 5 e final: análise da folha - demografia do gráfico 11.5

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O último gráfico a ser analisado, da série Folha, da postagem que fiz em 24 de maio, é o 11.5, disponível no anuário 2018 (dados de 2017). Esse gráfico estratifica a população de docentes nos seus níveis de carreira (infelizmente não temos o mesmo dado no anuário para outras carreiras). Nele, nota-se que os docentes MS3 na Universidade, somam 54,75% do corpo de docentes MS; 23,3% de MS5 e 21,3% de MS6. Quando me refiro a estas faixas, junto em um único grupo os níveis  .1 e 3.2 e em outro grupo, os níveis 5.1, 5.2 e 5.3. O que se nota ao acompanhar ao mesmo gráfico em anuários anteriores, chegando-se a uma década atrás ou mais, é que há hoje, uma maioria aumentada de MS3 ou seja, nos anos anteriores era assim também, mas este percentual aumentou nos últimos cenários. Estes docentes obviamente aguardam oportunidades na carreira. De forma complementar, a faixa de MS5 e de MS6, no passado já foram maiores em %. Dessa forma, é mais do que necessário que, nos próximos anos, se gara

Parte 4: Análise da folha - gráfico 11.2

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* Análise do gráfico 11.2: servidores não docentes. Este gráfico é um dos mais sensíveis a serem analisados dentro da folha. Ele traz conceitos que devemos tratar com muito cuidado, sobretudo nesses tempos de extrema polarização.  Qualquer crítica pode ser passível de má interpretação e acusação de que não valorizamos uma área ou outra. Numa primeira impressão, notamos uma grande concentração de funcionários fora das Unidades de Ensino e Pesquisa e Colégios Técnicos. Saúde O primeiro grupo, maior em número (representa quase 45% do corpo de funcionários em 2017, 43,7% em 2015, 42,7% em 2013, 42,3% em 2011), consiste nos funcionários das áreas assistenciais da saúde. A área assistencial da saúde sempre foi uma fatia (azul) importante do orçamento RTE (Recurso de Tesouro do Estado) da Unicamp. Aquela fatia do gráfico não inclui o funcionário contratado via convênio SUS, mas somente aqueles contratados via recurso orçamentário, tampouco inclui o funcionário da FCM (Facul

Continuação da análise da folha - Gráfico 10.21

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* efeitos que vão longe... Política de Recursos Humanos (RH)     Uma das maiores diferenças entre a gestão na iniciativa privada e a gestão pública é que nesta última, os graus de liberdade para lidar om recursos humanos são muito menores do que no caso da iniciativa privada. Uma decisão, por menor e simples que possa parecer dentro de uma sessão do conselho universitário, traz reflexos, impactos, consequências que se estendem por décadas. E o grande erro que cometemos, é analisar cada decisão pontualmente, sem termos clareza do todo. Desta forma, tal imagem se torna um mosaico sem harmonia e difícil de operar. Uma política de recursos humanos (RH) deve ser clara. Estabelecer nichos de prioridade e a forma de operação de cada um. Um exemplo claro de política de RH é a realizada por uma conhecida multinacional de fastfood que emprega milhares de jovens e não raramente, é sua opção de primeiro emprego. A altíssima rotatividade é algo, por eles, esperado. Por isso mesmo, sab

Folha - demografia da universidade - análise do gráfico 10.14

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* O fenômeno do aumento da longevidade Como ícones de idosos que tínhamos em nossa infância e juventude, muitos talvez mencionem a Dona Benta ou o Dr Brown (do De Volta para o Futuro).   Que idade vocês imaginam que tinha a atriz Zilka Salaberry quando atuou como a eterna Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo? E o Christopher Lloyd quando interpretou o Dr. Brown? Zilka tinha 60 anos e Lloyd, 47 anos. Como assim? Nós que hoje estamos certamente acima (alguns mais acima) dos trinta, entramos nos “enta”, temos dificuldade de assimilar que a imagem iconográfica de uma pessoa de idade fosse feita por alguém de quarenta anos de idade. Paul MacCartney que indagou como seria seu amor aos 64 anos, já está nos 76 e ainda fazendo muitos shows. O fato é que “não nos sentimos velhos” e esse deslocamento da longevidade para patamares altos é um fenômeno mundial, atribuído a avanços em saneamento, fármacos, nutrição e tecnologia. Esse fenômeno se associa a um pacote de alterações

Folha - demografia da universidade - parte 1

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Não é possível opinar e tomar decisões sem nos conhecermos profundamente como instituição. Sem o estudo dos dados e da nossa particular demografia, toda análise será rasa. Iniciarei aqui, uma série de postagens para prover informações sobre os aspectos de nossa demografia, atrelada à folha. Quantos somos, quem somos e como somos? Uma das melhores fontes para os dados sobre a Unicamp são o site da AEPLAN (Assessoria de Economia e Planejamento) e em especial, o anuário. https://www.aeplan.unicamp.br/anuario/anuario_2018.php Quando se diz que a Unicamp comprometia, há dois anos, mais de 100% dos RTE (recursos do Tesouro do Estado) com o pagamento de folha, é importante que entendamos o que é esta folha. https://www.aeplan.unicamp.br/evolucao_icms/PDF/icms_x_folha.pdf Esta folha é composta por folha de ativos e inativos (termo técnico utilizado para falar dos não aposentados e aposentados), conforme o gráfico 10.4 do anuário. Este número tende a crescer e, dentro do con

A inútil taxonomia política

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Sempre penso que menosprezamos aquilo que não conhecemos. De certa forma, isso acontece no estranhamento entre as áreas humanas vs exatas, entre as áreas mais básicas vs técnicas, entre universidade vs indústria, etc. No livro de Steven Pinker, Como a Mente Funciona, há um capítulo em que o autor diz que é um pressuposto inútil achar que precisamos procurar vida inteligente em outros planetas, achando que a inteligência seria o último nível claro de evolução e sobrevivência. Numa equiparação daquilo que nos deu vantagem evolutiva, seria o mesmo que se os elefantes fizessem o pressuposto de que os seres mais evoluídos um dia também apresentariam trombas. Ok, a analogia não é 100% boa, mas serve para mostrar que tentamos projetar no outro, a nossa particular lógica e o erro está exatamente nisto. Dentro da Universidade, onde os conhecimentos e as possibilidades deveriam estar os mais abertos possíveis para o livre debate de ideias, a pré-classificação frente aos nossos requis